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Iniciativa foi da Administração Municipal de Pato Branco por meio da Secretaria de Educação e Cultura.

João Marcos da França e Dienifer Guerra: “Aprendendo libras”.

Os apoios da Educação Inclusiva e os professores das Salas de Recursos Multifuncionais/Surdez que atuam com surdos encerram nesta quinta-feira (6) o grupo de estudos em Língua Brasileira de Sinais (Libras), ofertado pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Pato Branco. Foram dois meses de estudo, totalizando 24 horas de trocas de experiências, conversação e aprendizagem, contribuindo para as intervenções junto aos alunos do Ensino Fundamental.

O grupo de estudos contou ainda com a colaboração de Dienifer Guerra – jovem surda, que trabalha como apoio da Educação Inclusiva junto à Sala de Recursos Multifuncional/Surdez – e o tradutor intérprete João Marcos de França, que é funcionário da Administração Municipal de Pato Branco, contratado pelo município.

Durante esse período, foram aprimorados os estudos referente ao uso da gramática da Libras na prática, o alfabeto manual, os números, as metáforas, as diferenças do português sinalizado, além das expressões faciais, essenciais nesta língua. 

O grupo de estudos foi uma iniciativa da Secretaria de Educação e Cultura de Pato Branco.

Aperfeiçoamento

O professor Vagner Caldato trabalha em um período com uma turma do Infantil e em outro como apoio da Educação Inclusiva, na Escola Municipal Rocha Pombo, onde possui duas alunas surdas. Embora ele já estude a Língua Brasileira de Sinais (Libras) desde o Ensino Fundamental, optou por participar do grupo para se aperfeiçoar em relação ao uso de alguns termos.

“Trabalhando com essas duas alunas surdas veio a necessidade de saber mais e estar atualizado, principalmente com os novos sinais da área da Libras. Nesse novo contexto da pandemia, em que surgem novos sinais, novas conversas, novos conteúdos, preciso estar amparado”, disse.

Na época em que entrou em contato pela primeira vez com a Libras era colega de Dienifer, e lhe chamou a atenção o modo de conversa que ela e outros colegas surdos tinham. Ali surgiu seu interesse. Algo que, acredita, também desperte o interesse de estudantes em sala de aula quando há a presença de surdos e de pessoas capazes de se comunicar pela Língua Brasileira de Sinais.

“Nesse momento da pandemia é mais difícil, mas em 2019, quando a gente estava atuando  dentro da sala de aula, havia alunas querendo aprender. Me pediam como elas poderiam falar com as colegas surdas, eu as ensinava e elas falavam diretamente. E isso é muito lindo! A criança, dentro da sua inocência, quer ir junto, quer fazer acontecer a inclusão”, frisa. 

Inclusão

A pandemia não mudou apenas a forma de vida, mas, para pessoas surdas, incluiu novas palavras no vocabulário que necessitam de um estudo dos sinais para a efetiva comunicação. 

As próprias aulas, neste período remoto, precisaram ser adaptadas. Na rede municipal foi adotada a entrega de atividades impressas. Para os alunos surdos, além delas, são realizadas videochamadas entre o apoio da Educação Inclusiva e o aluno, auxiliando na realização das atividades.

Na busca desse tipo de aperfeiçoamento é que o apoio Aron Rodrigues Lisboa, que trabalha com aluno do 1º ano da Escola Municipal Olavo Bilac, participou do grupo. Ele estuda Libras desde 2018, mas defende que a busca pela atualização é uma forma de garantir a efetiva inclusão mesmo diante de tantas barreiras. “Nenhum aluno deve ficar de fora por ser surdo. E eu estou me especializando para poder levar em frente a inclusão”, frisou.

Naira Goitovis, professora da Sala de Recursos Multifuncional/Surdez da Escola Municipal Rocha Pombo, e o apoio Willian Canova dos Santos, da Escola Municipal Jardim Primavera, também participaram dos estudos.

A experiência, considerada como enriquecedora pelos participantes, transparece o compromisso da Administração Municipal de Pato Branco e da Secretaria Municipal de Educação e Cultura com a inclusão dos estudantes, visando a qualidade nas intervenções com os estudos. 

“Além desses momentos do grupo de estudos, nosso objetivo é a adequação com contratação de profissionais de acordo com a legislação vigente que prevê e ampara o trabalho com os alunos  surdos”, afirmou a secretária Municipal de Educação e Cultura, Simone dos Santos Painim.

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